O grafite Operários de Brumadinho, do paulistano Mundano, está localizado na Avenida Senador Queirós, no bairro da Santa Ifigênia, São Paulo, e é um manifesto-homenagem às vítimas do rompimento da barragem da Vale do Rio Doce na cidade mineira, que resultou na maior tragédia socioambiental do Brasil. Com 800 m², o grafite teve como inspiração a tela Operários (1933), clássico modernista de Tarsila do Amaral, e foi feito com uma tinta especial desenvolvida a partir dos rejeitos tóxicos da lama. Ativista social, Mundano visitou a cidade duas vezes para ver de perto os impactos causados pela tragédia e recolheu cerca de 250 kg de material bruto para a confecção dos pigmentos.
Exposto em uma das laterais do edifício Minerasil, bem em frente ao Mercado Municipal, o painel surge no centro da capital paulista com medidas imponentes: são 50 metros de altura e 18 metros de largura. Ao todo, foram necessários 13 dias de trabalho para a finalização da obra, que ainda contou com a colaboração dos artistas Subtu, André Firmiano, Felipe Borges, Hélio Marques, Apcgraff e Everaldo Costa. Com apoio da Secretaria de Cultura de São Paulo, a obra teve o custo de R$ 50 mil. A inauguração da grafite aconteceu em 25 de janeiro, data que celebra o aniversário da capital paulista, mas também marca a passagem de um ano desde o rompimento da barragem. 365 dias depois da tragédia que destruiu centenas de hectares e tirou 259 vidas, 11 continuam desaparecidas.
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